segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

A Real Situação da Poesia Contemporânea Brasileira por Rosana Montero Cappi




Teorizar sobre poesia é algo estranho para um poeta, ainda mais sendo ele um autodidata. A poesia é um dom inato, e o poeta é o instrumento que possibilita que sua inspiração se transforme em palavras, rimas e versos, de forma que ele é o criador de uma obra que talvez um dia poderá ser estudada por mestres que então irão encaixá-lo dentro de algum conceito para poder explicar sua arte.Chega a ser quase impossível definir a poesia contemporânea porque ela é eclética, se apresenta de diferentes formas, pois o mundo hoje é assim, múltiplo, diversificado e assim também é o ser humano da atualidade. Mesmo assim, existe um conceito sobre a produção poética do tempo atual, mesmo que ela não tenha regras, normas ou métricas e suas tendências ainda manterem algumas características de outras épocas.


Resumidamente, às tendências contemporâneas da poesia brasileira os estudiosos fragmentaram em conceitos como: poesia concreta; marginália, imitativa, realista,expressiva, etc.


Interessante é que a nova corrente literária, tem chamado a atenção tal qual os autores da antiguidade, fazendo apresentações em público, enquanto muitos exploram a Web, com apresentação cibernética com uso de arte, design e tecnologia.


Desta forma, tomo como exemplo o poeta Agmon Carlos Rosa, que além de apresentações em diversos saraus literários, dominou também a informática e se auto denomina “Menestrel Cibernético”, como diz em seu poema que leva o mesmo título:






“ ...Nessa busca incessante, descobri


A informática, pragmática, sistemática


A internet, provedor, sites, ciberamor,


Tudo isso tem no computador,


Basta programar e ...clicar!


... Maravilha de tecnologia! Onde então


Conectar a inspiração, a percepção,


A filosofia, a metafísica e a catarse,


Metáforas da linguagem poética?


O menestrel então sorriu:


- Elementar, caros amigos...


Acessa o coração do poeta”






Desta maneira, o tecnopoeta, ciente de tal tecnopólio, que é avassalador, encontra-se cercado de uma realidade tecnocentrista que se lhe serve como linguagem poética e faz da tecnologia sua forma de comunicação.


A tecnologia então é um caminho para que poetas saiam do anonimato. Mas mesmo com as ferramentas disponíveis no mercado, a poesia contemporânea tem que contar com seu maior divulgador, que é o próprio autor. Apesar dos sites e agremiações determinadas a fazer com que a poesia chegue aos leitores, ainda é árduo o caminho editorial no Brasil, onde autores acabam tendo que bancar edições, que dificilmente chegam às prateleiras da livrarias.


É certo que os leitores tem opções inimagináveis de livros digitais, e-books, mas é raro um autor sobreviver da poesia num país como o nosso, que não valoriza a leitura. É preciso portanto despertar o interesse pela leitura. Algumas iniciativas isoladas de incentivo à leitura tem acontecido, mas é preciso muito mais para que seja atingido o interesse de estudantes, principalmente os das escolas públicas, pois o que seria dos autores sem os leitores?


Dentro deste cenário de autores tecnopoetas contemporâneos, existem aqueles que não dominam a informática, mas mesmo diante das dificuldades financeiras e das barreiras tecnológicas conseguem realizar o sonho de editar um livro, simplesmente para que seu grito poético seja ouvido.


Assim é autora Graças Gomes, poetisa que escreve nos ônibus, nas praças, nos movimentos da rotina, destacando-se o poema:






“ Grito da dor,


do horror


e pavor


que a violência cria!


Neste trânsito maldito


que mais um grito silencia


e no duro asfalto esfria”






Diante deste mundo tecnológico, tem acontecido os lançamentos de livros em diversos espaços que animam os poetas, mas deveria animar também o mercado do livro de poesias. O impacto das novas tecnologias digitais na produção e difusão de poesia simboliza o presente estado de evolução de nossa poesia.


Apesar da efervescência de poetas em sites e blogs, ainda há aqueles que apenas compartilham seus poemas nos saraus literários ou em antologias poéticas, ou de forma artesanal.


Dentre eles destaco o poeta Antonio Lacerda, que escreveu:






...Ser poeta!


É buscar no meio dos infernos


Um buquê de flores em forma de fantasias”






Essas são algumas considerações. Não destaquei poetas famosos, por que ao meu redor existem artistas autênticos e de grande valor que merecem ser divulgados, lembrados, reverenciados, estudados, para que também façam parte da história da literatura brasileira.


Enfim, entendo que a verdadeira obra poética contemporânea é aquela que expressa em seus versos as marcas do próprio eu de seu autor.






Rosana Montero Cappi


Membro Efetivo da ANLPPB – Cadeira 54






Bibliografia:


Lirismo Acadêmico: Agmon Carlos Rosa “Menestrel Cibernético”;


Gritos: Graças Gomes;


Um Pouco de Todos Nós Em Cada Um:




Antonio Lacerda

7 comentários:

  1. Diante desta falha, que tornou meu texto sem sentido, peço que acessem meu blog, onde postei o texto na íntegra e sem esse erro de continuidade, que asseguro não ter sido cometido por mim:
    Obrigada
    Rosana Montero Cappi
    www.rosanacappi24x7.blogspot.com

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  2. A falha ocorreu e já foi corrigida. O texto agora está na íntegra.

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  3. O texto está na íntegra e É ÍNTEGRO! VERDADEIRO! SEM RODEIOS E PALAVREADOS INÚTEIS! VOCÊ ESTÁ DE PARABÉNS NESTE LIBELO!
    RACHEL DOS SANTOS DIAS

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  4. Rosana, o primeiro parágrafo já diz tudo... e ainda assim, com a mesma competência voce consegue dizer mais...abraços

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  5. Adorei o texto. Objetivo e claro na mensagem. Parabéns

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