sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

A POESIA CONTEMPORÂNEA NO BRASIL POR CLAUDIO POETA

       A Poesia Contemporânea no Brasil

        A internet mudou todo o quadro da poesia contemporânea brasileira. Podemos mesmo separar em antes e depois dela. Está havendo uma explosão de poetas de todos os tipos, de todos os estilos. Nem sempre abraçando as regras da língua, mas o importante, o fundamental, o que pode mudar tudo é que as pessoas estão começando a se manifestar liricamente. Não importa se com erros, ou não. O que conta é que estão se investigando, estão consultando seus interiores para escrever.
        Eu mesmo sou um produto da internet. Sem ela, não teria me profissionalizado e publicado cinco livros e participado de uma dezena de antologias. Confesso que me surpreendi com o volume de escritores, de poetas, que foram revelados por esse processo. Tantas formas novas e diferentes de navegar em lirismo, realmente, é animador. Dá esperança em todos os sentidos.
        Não acredito que os e-books anulem os livros de papel. Estes sempre terão espaço, até por tudo que significam na história da humanidade. O cheiro de livro novo é apaixonante e sempre será. Quem já teve um livro como amigo, como companheiro,jamais se esquecerá.
        Neste caldeirão de diversidades, atualmente, pode-se encontrar exatamente o que se está querendo ou precisando ler. Creio ser isto, inédito. Nunca foi tão fácil o acesso à poesia. Os saraus se multiplicam. Devagarzinho mais e mais almas estão se refestelando no lírico. O que se precisa, urgentemente, é remodelar a educação para fortalecer, elevar o padrão dos versos. Enfim, todas as possibilidades estão abertas no universo da poesia. O que é excelente e fundamental para o processo evolutivo da humanidade.

        Criei um novo tipo de poesia: Poesia Holística! É a poesia voltada especificamente, exclusivamente, para a evolução humana. Nada de chororôs, abandonos, ou qualquer outra manifestação do negativo. É a poesia que quando aponta, aborda um problema, junto apresenta uma possível saída. Um duro golpe nos tentáculos da tristeza. Embora seja individual é toda voltada para o coletivo. Para o Bem coletivo! Expressa as tendências e necessidades da Nova Era.

       Dentre os inúmeros tipos de versos que circulam atualmente, alguns chamaram-me a atenção, como os de Jorge José da Silva, o Jorge Poeta, que se autointitula repentista. Um carioca repentista. Sua alma é absolutamente lírica, o que o torna, irremediavelmente, em um poeta. Ele gosta de versejar sobre o amor, a conquista, a sedução. Escreve também sobre o geral do dia a dia, sempre com seu estilo tão autoral. Confiram:

NO QUE ESCREVO...
DESCREVO...
MEU COTIDIANO...
SEM TRAÇAR UM PLANO...
COMENTO O INTERIOR DE NÓS...
DANDO VOZ...
A QUEM ME LÊ...
PROVOCANDO...
QUE TODOS ESCREVAM...
SONHO COM UM MUNDO DE POETAS...

       x-x-x-x

O AMOR QUE AQUI TE PASSO...
SEGUE OS PASSOS...
DA RAZÃO...
CANTANDO NO COMPASSO...
UMA CANÇÃO DE SEDUÇÃO...

       x-x-x-x

MÃE D'ÁGUA...
LEVA A MINHA DOR...
PRAS ONDAS DO MAR...
POIS TUDO QUE QUERO...
É VIVER DE AMAR...


        Outro talento, este beeeeeeeeeem jovem, é o poeta Dija Darkdija - Dijavan Luis - Um garoto fantástico, inteligentíssimo, sensibilíssimo e talentosíssimo. Veio pra ficar. Nasceu pronto! Um diamante lá de João Pessoa - Paraíba! Inventou a arte da viajosidade, que é a arte de viajar em lirismo. Confiram:


não decoro poemas
só decoto palavras
de.co(r)te em de.co(r)te
faço umas colchas poéticas
de retalhos de sentidos

Dija Darkdija


minha vó me ensinou
a costurar retalhos
pra fazer lençol
de cobrir a cama

o teu neto aprendeu vó
mas não deu
só gosto de costurar palavras
de cobrir a cama do coração

Dija Darkdija


PAIXÃO PORTUGUESA

qu est peixão
pr quem tainho paixão
caia na minha red

que seu chorar de alagria
mat meu mar d sed!

Dija Darkdija


       Minha última indicação é de uma competência assustadora. Imaginem uma escritora, uma poetisa, que sabe exatamente o que não quer! Uma alma inconformada com a brutalidade sem sentido da atualidade. Seu olhar crítico é adequadamente severo. A profundidade em sua obra é celestial. Sua paixão pela natureza é visceral. Aliás, como é toda sua belíssima e já longa obra. Estou falando de Ana Bailune !!! De Petrópolis para o Mundo!!! Confirmem:

Água Para um Poema

Morre tão seco o poema,
Pois já não mata-lhe a sede
A tinta daquela pena!...
Morre, silencioso e frio,
Morre sem brio ou verdade,
No abismo imenso do vazio
Morre sem qualquer saudade!

-Tragam água para o poema,
Antes que seja tarde!
Parte-se ao meio a palavra,
Ardem as chamas da pira
Na qual ele queimará...

Entram e saem de cena
O poeta e seu poema,
Tentando aplacar uma sede
Que lhe fere feito adaga,

Tentando exprimir uma dor,
Quem sabe, conter uma mágoa...
-Água para um poema,
Tragam água, tragam água!...

A noite o cobre de negro
Abraça-lhe, diz-lhe um segredo;
E o poema agonizante
Resiste ao terrível degredo
Que o poeta lhe impôs
Por pena, por dó ou por medo...
-Tragam-lhe um copo de água,
Que amenize o vil enredo!

-Água para um poema,
Que morre ao nascer do dia,
Entre rimas de agonia,
Assim que desponta o sol!

Entre as fendas dos olhos cansados
O poema enxerga um troll
Como um monstro que dançasse
Uma giga ao arrebol...

Por isso, morre o poema,
De uma sede inacessível
A qualquer água ou refresco
De alucinação terrível!

-Água para o poema,
Tragam água, tragam água!...
Que ele siga tranquilo
Para sua nova casa!


    x-x-x-x


Cavalo de Troia

Não há como apagar
O que está guardado
Em todas as nuvens,
Em todas as mídias
Dispositivos móveis e imóveis,
E foi impresso em papéis,
Circula no sangue,
Ecoa nos ouvidos...

É perda de tempo
Querer negar o que se deu,
Espalhar vírus perigosos e mortais,
Querer fingir que já passou,
Ou que jamais aconteceu!

Também descansam na mente
As provas daquela história,
E mesmo que o vento as leve,
Sempre ficarão os traços,
Resíduos armazenados
No HD da memória!

De nada adianta
Tentar apagar,
Invadir os espaços
Brandindo espadas,
Montado em cavalos de Tróia!

Pois esta,
É a nossa história.

      x-x-x-x

Lava

Não há como apagar
O que está guardado
Em todas as nuvens,
Em todas as mídias
Dispositivos móveis e imóveis,
E foi impresso em papéis,
Circula no sangue,
Ecoa nos ouvidos...

É perda de tempo
Querer negar o que se deu,
Espalhar vírus perigosos e mortais,
Querer fingir que já passou,
Ou que jamais aconteceu!

Também descansam na mente
As provas daquela história,
E mesmo que o vento as leve,
Sempre ficarão os traços,
Resíduos armazenados
No HD da memória!

De nada adianta
Tentar apagar,
Invadir os espaços
Brandindo espadas,
Montado em cavalos de Troia!

Pois esta,
É a nossa história.


       A Poesia Contemporânea no Brasil

        A internet mudou todo o quadro da poesia contemporânea brasileira. Podemos mesmo separar em antes e depois dela. Está havendo uma explosão de poetas de todos os tipos, de todos os estilos. Nem sempre abraçando as regras da língua, mas o importante, o fundamental, o que pode mudar tudo é que as pessoas estão começando a se manifestar liricamente. Não importa se com erros, ou não. O que conta é que estão se investigando, estão consultando seus interiores para escrever.
        Eu mesmo sou um produto da internet. Sem ela, não teria me profissionalizado e publicado cinco livros e participado de uma dezena de antologias. Confesso que me surpreendi com o volume de escritores, de poetas, que foram revelados por esse processo. Tantas formas novas e diferentes de navegar em lirismo, realmente, é animador. Dá esperança em todos os sentidos.
        Não acredito que os e-books anulem os livros de papel. Estes sempre terão espaço, até por tudo que significam na história da humanidade. O cheiro de livro novo é apaixonante e sempre será. Quem já teve um livro como amigo, como companheiro,jamais se esquecerá.
        Neste caldeirão de diversidades, atualmente, pode-se encontrar exatamente o que se está querendo ou precisando ler. Creio ser isto, inédito. Nunca foi tão fácil o acesso à poesia. Os saraus se multiplicam. Devagarzinho mais e mais almas estão se refestelando no lírico. O que se precisa, urgentemente, é remodelar a educação para fortalecer, elevar o padrão dos versos. Enfim, todas as possibilidades estão abertas no universo da poesia. O que é excelente e fundamental para o processo evolutivo da humanidade.

        Criei um novo tipo de poesia: Poesia Holística! É a poesia voltada especificamente, exclusivamente, para a evolução humana. Nada de chororôs, abandonos, ou qualquer outra manifestação do negativo. É a poesia que quando aponta, aborda um problema, junto apresenta uma possível saída. Um duro golpe nos tentáculos da tristeza. Embora seja individual é toda voltada para o coletivo. Para o Bem coletivo! Expressa as tendências e necessidades da Nova Era.

       Dentre os inúmeros tipos de versos que circulam atualmente, alguns chamaram-me a atenção, como os de Jorge José da Silva, o Jorge Poeta, que se autointitula repentista. Um carioca repentista. Sua alma é absolutamente lírica, o que o torna, irremediavelmente, em um poeta. Ele gosta de versejar sobre o amor, a conquista, a sedução. Escreve também sobre o geral do dia a dia, sempre com seu estilo tão autoral. Confiram:

NO QUE ESCREVO...
DESCREVO...
MEU COTIDIANO...
SEM TRAÇAR UM PLANO...
COMENTO O INTERIOR DE NÓS...
DANDO VOZ...
A QUEM ME LÊ...
PROVOCANDO...
QUE TODOS ESCREVAM...
SONHO COM UM MUNDO DE POETAS...

       x-x-x-x

O AMOR QUE AQUI TE PASSO...
SEGUE OS PASSOS...
DA RAZÃO...
CANTANDO NO COMPASSO...
UMA CANÇÃO DE SEDUÇÃO...

       x-x-x-x

MÃE D'ÁGUA...
LEVA A MINHA DOR...
PRAS ONDAS DO MAR...
POIS TUDO QUE QUERO...
É VIVER DE AMAR...


        Outro talento, este beeeeeeeeeem jovem, é o poeta Dija Darkdija - Dijavan Luis - Um garoto fantástico, inteligentíssimo, sensibilíssimo e talentosíssimo. Veio pra ficar. Nasceu pronto! Um diamante lá de João Pessoa - Paraíba! Inventou a arte da viajosidade, que é a arte de viajar em lirismo. Confiram:


não decoro poemas
só decoto palavras
de.co(r)te em de.co(r)te
faço umas colchas poéticas
de retalhos de sentidos

Dija Darkdija


minha vó me ensinou
a costurar retalhos
pra fazer lençol
de cobrir a cama

o teu neto aprendeu vó
mas não deu
só gosto de costurar palavras
de cobrir a cama do coração

Dija Darkdija


PAIXÃO PORTUGUESA

qu est peixão
pr quem tainho paixão
caia na minha red

que seu chorar de alagria
mat meu mar d sed!

Dija Darkdija


       Minha última indicação é de uma competência assustadora. Imaginem uma escritora, uma poetisa, que sabe exatamente o que não quer! Uma alma inconformada com a brutalidade sem sentido da atualidade. Seu olhar crítico é adequadamente severo. A profundidade em sua obra é celestial. Sua paixão pela natureza é visceral. Aliás, como é toda sua belíssima e já longa obra. Estou falando de Ana Bailune !!! De Petrópolis para o Mundo!!! Confirmem:

Água Para um Poema

Morre tão seco o poema,
Pois já não mata-lhe a sede
A tinta daquela pena!...
Morre, silencioso e frio,
Morre sem brio ou verdade,
No abismo imenso do vazio
Morre sem qualquer saudade!

-Tragam água para o poema,
Antes que seja tarde!
Parte-se ao meio a palavra,
Ardem as chamas da pira
Na qual ele queimará...

Entram e saem de cena
O poeta e seu poema,
Tentando aplacar uma sede
Que lhe fere feito adaga,

Tentando exprimir uma dor,
Quem sabe, conter uma mágoa...
-Água para um poema,
Tragam água, tragam água!...

A noite o cobre de negro
Abraça-lhe, diz-lhe um segredo;
E o poema agonizante
Resiste ao terrível degredo
Que o poeta lhe impôs
Por pena, por dó ou por medo...
-Tragam-lhe um copo de água,
Que amenize o vil enredo!

-Água para um poema,
Que morre ao nascer do dia,
Entre rimas de agonia,
Assim que desponta o sol!

Entre as fendas dos olhos cansados
O poema enxerga um troll
Como um monstro que dançasse
Uma giga ao arrebol...

Por isso, morre o poema,
De uma sede inacessível
A qualquer água ou refresco
De alucinação terrível!

-Água para o poema,
Tragam água, tragam água!...
Que ele siga tranquilo
Para sua nova casa!


    x-x-x-x


Cavalo de Troia

Não há como apagar
O que está guardado
Em todas as nuvens,
Em todas as mídias
Dispositivos móveis e imóveis,
E foi impresso em papéis,
Circula no sangue,
Ecoa nos ouvidos...

É perda de tempo
Querer negar o que se deu,
Espalhar vírus perigosos e mortais,
Querer fingir que já passou,
Ou que jamais aconteceu!

Também descansam na mente
As provas daquela história,
E mesmo que o vento as leve,
Sempre ficarão os traços,
Resíduos armazenados
No HD da memória!

De nada adianta
Tentar apagar,
Invadir os espaços
Brandindo espadas,
Montado em cavalos de Tróia!

Pois esta,
É a nossa história.

      x-x-x-x

Lava

Não há como apagar
O que está guardado
Em todas as nuvens,
Em todas as mídias
Dispositivos móveis e imóveis,
E foi impresso em papéis,
Circula no sangue,
Ecoa nos ouvidos...

É perda de tempo
Querer negar o que se deu,
Espalhar vírus perigosos e mortais,
Querer fingir que já passou,
Ou que jamais aconteceu!

Também descansam na mente
As provas daquela história,
E mesmo que o vento as leve,
Sempre ficarão os traços,
Resíduos armazenados
No HD da memória!

De nada adianta
Tentar apagar,
Invadir os espaços
Brandindo espadas,
Montado em cavalos de Troia!

Pois esta,
É a nossa história.

   
    

6 comentários:

  1. Excelente trabalho, Claudio Poeta. Como você, sou fã de Ana Bailune. Também não creio que o livro de papel seja totalmente substituído, mas penso que o ebook veio para ficar. Adoro o livro em papel, mas, por questão de espaço, alguns tiveram que ser substituídos pelo virtual.

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  2. Muito obrigado, Lu Narbot! - Abração

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  3. Muito bom, eu também tive o prazer de ler no facebook alguns trabalhos aqui citados e deixando uma pequenina marca curtir. Lá do RECANTO DAS LETRAS, em dias passados eu lia muito você Claudio e a Aninha e gostava!
    Acredito que você está certo quando diz não acreditar na substituição do livro impresso, mas eu também como a Lu Narbot penso que o ebook veio para ficar, os nossos adolescentes preferem um click a manusear um livro.
    Um abraço a todos os poetas da ANLPPB.

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  4. Muito obrigado, Van-Ivany Fullini Sversutti - Abração

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  5. Parabéns pelo trabalho, Cláudio Poeta. Discorreu de forma clara e direta a sua teoria. Apesar do ebook ser uma tendência, que veio para ficar, pois está mais acessível à leitura, elos inúmeros aparelhos modernos nas mãos de todos, principalmente, os jovens, ainda acredito e prefiro ter um livro nas mãos, no momento da leitura. Só que estamos em um momento de transição e de questionamentos...

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  6. "O que se precisa, urgentemente, é remodelar a educação para fortalecer, elevar o padrão dos versos. Enfim, todas as possibilidades estão abertas no universo da poesia. O que é excelente e fundamental para o processo evolutivo da humanidade."

    É nesse sentido que toda a atual produção poética tem valor único e universal.

    abraços

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