do alto do morro, descendo a ladeira
lá vai ele, disfarçando a bebedeira
cambaleando, vai mamado, escorregando,
com o litro de pinga na mão,
encantado, vai chumbado, sai cantando,
na mão uma rosa branca e um violão.
encosta aqui, sapateia lá,
ensaia um verso bem rimado,
lamenta, chora, cai no chão...
Adélia, estrela, musa daquele sertão,
o sorriso doce da lembrança amarga,
o beijo marcado naquele portão,
com tranca, cadeado, envelhecido,
em sonhos, segue insólito,
enternecido,
consumido pelo delírio da traição.
Adélia, brisa leve, mel de jataí,
furacão
indócil , descontente, desestima.
tenta fazer versos, balbucia rimas,
queria ser poeta, compositor, mas
cambrela...
Adélia, pura, majestosa e bela,
o olhar de desprezo na janela
a serenata cessa, muda, entristecida,
a rosa branca, murcha, despetalada...
a vida não vale mais nada,
hoje só por pirraça,
vou trocar Adélia por um copo de
cachaça.
Geraldo José Sant´Anna
http://profgeraldojsantanna.blogspot.com
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